domingo, 27 de julho de 2008

Fal.cidade humana.




Aqueles que nascem e vivem, só vivem.
Aqueles que nascem e pensam, sobrevivem.
Aqueles que nascem e fazem, são lembrados.
E aqueles que nada fazem pelos outros, reciclados.



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Eu nasço
Eu cresço
Eu estudo
Eu aprendo
Eu de nada uso.

É por isso que eu mando
E aquilo que eu não mando eu compro
E aquilo que eu não compro, eu sujo
E aquilo que eu não sujo, bom.

Gira tanto em volta de mim que eu caio.

Mas não canso não.
Vivo sempre em mim.

Eu comigo mesmo e o resto do meu papelão.

domingo, 13 de julho de 2008

Boca-prima

foto de xon em 06-07-2008



A matéria quase sempre é prima.




E aos olhos limpos e confeccionados de quem vê, sempre será prima, pois vem primeiro do que qualquer nível interno.

Ela é externo.
Mas é que começa assim:

A gente cresce e aparece querendo crescer, a gente vê que na verdade o que importa não é aparecer e sim evoluir, mas dai, a gente confunde o que cresceu com o espaço que possuiu, invertendo assim o foco da alma, crescendo e crescendo mas continuando pequeno.

.

Ela era menina de sítio.
Menina de colher de chá e piso xadrez.
Quase sempre sorrindo, quase sempre.

Mas um dia um vento passou
Mostrando pra ela todos os seus defeitos.
Como se não bastasse o efeito, ela fraquejou e caiu de jeito.

Quando a menina acordou já era tarde
E sobre todas as duvidas, já existiam medos.
E sobre todos os medos, ela escondia duvidas...

Tarde...





Ela caíra na boca da vaidade.

Welcome to aconchego




.

E de volta ao leito sereno, ela se enrola e se enrosca feito carretel.
Buscando se segurar nos profundos picos de ansiedade bucal interna.

"
Quem se interessa ?" pensou ela.


Sorria e via que tudo aquilo que acreditava ser cheirava perfume, estrada.
As coisas ficavam bem mais aguçadas cada vez que sua percepção se tornava mais clara.
Buscou um cobertor feito terra, uma cama feito espaço...

A arte de dormir, é a mesma que a de plantar.


Ela acredita que um sonho, é fruto de uma terra fértil
E uma flor, fruta de um belo sono...


Talvez por isso todas as noites antes de dormir tomava banho e se deitava, se regava disposta as novas propostas intuitivas vindas de outros planos de consciência, e quem sabe um dia alguma ciência explique a plenitude que é viver assim, de sonos...

"
Nos vemos amanhã" disse ela ao cobertor, se enroscando feito churros no farelo de açúcar, jogando-se um pouco pro lado e sorrindo moldado em um corpo de Flor.




"
E o mundo precisa de sonhos
E o mundo precisa de amor."

Dormiu.